quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Bagunça

O relógio tem marcado um tempo que não me pertence

Que não corresponde à realidade que me cerca

São batidas intermitentes

Que ora me apaziguam a alma

Ora me entorpecem a mente

Como se tudo acontecesse rápido demais

E eu ainda estivesse aqui, sem conseguir me mexer.

Entretanto, olho ao redor e já não me desespero como outrora

Talvez tenha feito as pazes comigo 

Ou talvez apenas desistido

de prosseguir nessa estrada alheia

Cheia de descontentamentos que me embrulham o estômago.

Nesse duelo sem vencedor a vista

Horizonto-me mais uma vez

Nessa velha tentativa de subverter o futuro em agora.

Entretanto, esse arrastar de horas 

Me arrasa e me devora

Como animal sedento por uma presa

Peço: “aja com pressa...”

E acabe de uma vez com esse pesadelo

De ser e não ser tudo que falta de novo

Pra que todo esse alvoroço faça finalmente sentido

E tudo possa ser sentido, o real e o presumido,

num misto de alívio pela chegada do advérbio...


E n f i m.

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