Sinto o ar rarefeito como se faltasse
Água pra purificar cada centímetro do meu corpo.
A cabeça anda latejando de tantos pensamentos que me arrebatam o sono
E que me fazem (sobre)viver durante a noite
Tudo aquilo que eu não vivo ao longo do dia
O descompasso do meu peito
Tem sido mais ensurdecedor
Que o silêncio em que tenho habitado
Há uma súplica entalada na garganta
Reverberando estridente em meus ouvidos
E não há por perto ninguém para
escuta-la
Exaspero-me em questão de segundos
Me faço tempestade em meio a tanto tormento
E nesse desalento que tem sido existir
Engulo a seco tudo isso que me revolve a alma.
Fecho os olhos então, em uma tentativa infantil de fazer desaparecer toda essa inexatidão de coerência que tenho sido
Os dias tem sido ácidos
Corroendo as últimas partes de mim que ainda existem.
Sangro hemorrágica insensatez
Que me esvazia de mim dia após dia
Em doses homeopáticas
Sutis o suficiente pra me matar por dentro.
De corpo estirado no meio da sala
Circulo meus membros com giz, como quem quer deixar evidências de que de fato existi
Quem sabe assim tudo isso passe
Quem sabe assim no futuro eu relate
Que foi só um devaneio ao invés de um triste fim
(Meu adeus, de mim)
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