sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Teatro

Hei eu de ser passageira

Nessa viagem só de ida

que contigo desando a descobrir

em cada pequeno passo do caminho

que singelos revelam tudo aquilo que

sentimos, sem precisar de explicação.

Hei de permanecer nessa constante

ainda que me relatem 

que a mudança é iminente

que a necessidade é transitória 

e que eventualmente se torna desencontro.

Deus me livre dessa descrença 

de que o amor tende a findar

de que a rotina descolore a vida

e nos impede de se encontrar.

Eu que me acho todos os dias 

no teu sorriso

e me enxergo a partir do teu ponto de vista

Sei que só há uma partida permitida:

Essa que eu (me) reparto e me multiplico

Cada vez mais dentro de mim mesma

Pra te fazer caber por inteiro

Nessa complexidade de desejos

que ora é realidade

Ora futuro

de tudo aquilo que sem saber já somos:

Verdadeiro presente dentro do peito.

Nessa estrada mansa 

Que se trilha pacientemente depressa

Me faço promessa de nunca deixar de ser

O principio e o fim de tudo isso.

Todavia, habitamos no intervalo

de uma peça de teatro

com roteiro bem escrito e desenrolado

que com leveza envolve em afeto

quem se permitir parar pra assistir.

Somos personagens principais dessa história

e há de ser assim até o fechar das coxias

que quando apagam o palco

Iluminam a vida

Nos fazendo encenar os papéis

mais importantes a serem desenvolvidos:

Aquilo que realmente somos

Eu e você.

Um no outro.

Sem precisar fingir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário