desde a tua chegada
inesperada, porém, fortemente sentida.
O peito que outrora andava latente
hoje permanece acelerado
em constante (des)compasso
revelando tudo aquilo que ainda não sabe
(ou pode) ser dito.
É curioso pensar na relatividade do tempo
em como ele pode ser curto e imenso
no mesmo período de um dia.
As manhãs regadas de café e prosa
alicerciaram uma vastidão de sentimentos
que hoje nos acompanha madrugada a fora
nos tornando (um para o outro) verdadeiro acalento.
Há uma certa gratidão pela descoberta
de que a realidade sentida
nunca fora desatino desvairado
mas desejo genuíno
entrelinhado na curvatura do lábio
que desanda a desenhar o teu pedaço mais bonito.
Desde então o cotidiano
revestiu-se de futuro e presença
sussurrados na infinitude de detalhes
que ínfimos ratificam a magnitude que somos:
Nós bem atados
Envoltos em laço aprumado
do mais belo presente já construído.
Toda essa urgência que me causas
desacelerou a vida
hoje ando em passos lentos e largos
apreciando cada pedaço dessa vista.
Permaneço sendo calmaria
de uma maresia que me transborda
e impulsiona ao outro lado da margem
sem qualquer medo da profundidade iminente
que não me afoga, ao revés, me salva.
Pela primeira vez (me) vejo
no reflexo do teu olhar que tanto fala
mesmo em meio ao silêncio
e (me) encontro pra nunca mais (me) perder.
É nesse plantio que cultivo
com tanto afinco tudo isso que me cativou
para que continuemos a brotar amor
A todo instante, pelo tempo que for…