Tenho perdido a guerra
me perdido cada vez mais dentro de mim
Escuto sons que ecoam no meu inconsciente
reverberando estridente problemas que eu nem sabia que existiam
(ou preferia não saber)
Há uma luta entre estados
que se alternam exacerbados
sem demonstrar qualquer possibilidade de paz.
São períodos em que a derrota pesa
e me enterra um palmo abaixo
além de onde já deitei.
Diante de todo o peso dessa terra que me assola
permaneço inerte, feito morta
onde tudo que se enxerga são as gotas de água
que escorrem ladeira a fora regando o terreno.
No meio dessa intermitência
há o vibrar descontrolado
que estremece toda a estrutura
construída insólita e frágil
pronta pra a qualquer minuto: desmoronar.
As paredes que sacodem forte
ainda que não haja qualquer vento
sussurram toda essa tormenta
que se instala sem data pra acabar.
Entre o barulho e o silêncio
a inquietação e a perda de movimentos
dois corpos insistem em ocupar o mesmo lugar.
(e não há lei da física que impeça)
É preciso que um desapareça
ou que dos dois nasça um novo embrião
onde a vida possa ser chegada
e não mais partida
em tantos fragmentos que já não se consertam mais.
Há um certo pesar por tudo isso
pelas memórias destruídas
de um ser que todo dia se esvai.
Ainda não sei se é possível
em meio a tanta tremedeira
atravessar com segurança essa corda bamba
que ora me impulsiona ao caos
ora me deleita com tragédias.
Nessa história não tão cômica assim,
assisto na primeira fileira
o diálogo desses dois seres
que não parecem nunca concordar.
- E se assim o for -
hei de viver nesse eterno conflito
entre o ideal e o sentido
Até o dia que não me restar mais nada
(Nenhum pedaço sequer de mim).
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