terça-feira, 26 de junho de 2018

14.03.2018

Tenho te vivido nos detalhes
De um dia comum em que já não estás
No volume exato do som
Da música lenta que faz o coração transbordar
Tenho te sentido em cada canto
Em cada verso que me falta
Em cada choro preso na garganta
Em cada notícia que já não chega
Tenho te perdido aos poucos
E meu bem
Que medo!
Ah, que medo de já não mas ser o plural mais bonito que construí
Eu sei ser singular,
Porém, não quero
E não nego o desejo de ter por perto
Eu tento de longe recolher teus pedaços, pra te fazer inteiro de novo e simplesmente te ter.
Quisera o bem (me) querer outra vez
E ser morada, de porta fechada pra não mais precisar ir.
É...é tudo culpa dos detalhes
Que me fazem te ver nos cantos
E nas notas mais afinadas
Cheias de bom tom.
A casa não é mais a mesma,
O doce anda um tanto amargo
E eu aprendo a não ter pressa
Faço as pazes com as horas
Quem sabe assim não demora
E tudo volta ao seu lugar.
É amor, quanta importância moram nos detalhes.
Sao eles que te fazem,
Ser exatamente quem és,
Seja no dobrar do lenço ou tocar inclinado.
Tenho respirado saudade
Nessa imensidão que não me cabe
E que insiste em tentar caber

Tenho respirado saudade...

(O tempo todo, enquanto houver amor)

quinta-feira, 21 de junho de 2018

Maresia

Tenho enxergado a vida turva
Em meio a tanta maresia 
As ondas tem me arrastado consigo
Afastando cada vez mais o barco da praia
E eu vejo de longe, tudo se esvair.
Tem me incomodado a quantidade de sal
A pele anda sangrando 
A boca anda sedenta
pelo gosto doce que já não mais encontra.
Tenho fechado os olhos,
Quando o vento sopra o rosto
E me transporto de volta
Aquele Porto que outrora 
Seguro guardava minha embarcação.
Nesses segundos, esqueço,
Toda dureza da vida,
Mas o sol que irradia
Corta o vento (acorda do sonho)
Sem qualquer empatia
E reflete no mar até ofuscar a visão.
quando enxergo, todavia, nada vejo
Sou ilha de mim mesma
Sem qualquer sinal de civilização.
Tenho dialogado com os ecos da minha própria voz
Esperando ouvir novidades 
Qualquer sinal que relate
Mudança de clima
Uma esperança de salvação.
O corpo já cansado
De tentar regressar a nado
Agora flutua, (afunda) ao invés de transbordar.
Nesse momento, conto até 10 em forma de prece
Há um ruído beirando o horizonte
Quem sabe me encontrem,
Quem sabe agora eu possa, finalmente, repousar... 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

(C)alma

Se eu deixar em versos
O que há em mim 
Escancaro a alma 
E entrego a ti.
Sem qualquer temor
Sem qualquer receio
Eu tento, eu venço eu creio 
Que vai sobrar a amor
Por onde eu for
Ou onde tu estás.
O que fazes, meu bem?
Nessa solidão boa que te encontras
Nessa riqueza de sintonia
que tens encontrado
nas esquinas da vida,
essa melancolia que não cura
só esconde a dor.
Eu que andava anestesiada
Também tenho sorrido pro mundo
Me enchido de alegria e paz
E guardado esse amor que não é meu.
Que continua sendo teu
Em qualquer hora ou dia
Te espero sem agonia, 
Na certeza do que não vejo.
Sigo aqui vestida de (c)alma.
(Em segredo)

Sendo minha até já não ser...