Há pedaços meus que já não me cabem
E que já não insisto em fazer caber
Tenho aberto mão do controle
Aprendido a ter calma
Em meio à pressa que se tem de viver
É preciso silenciar
Pra ouvir bem o lado de dentro
Que sussurra verdades
Discretas e certas de quem sabe pertencer
Deixo ir o que não quer ficar
Deixo estar o que não sabe ser
E faço as pazes com o tempo
Nesse acalento que é não saber.
Há tanto de si pra descobrir
Que (me/te) permito a liberdade
De ser exatamente o que se é
Dou adeus ao presente
Deixo a Deus o futuro
E confio no retorno seguro
Do bem que é sentir
Enquanto isso, sigo.
De mãos dadas comigo
No que escolhi pra mim.
É, bem me quis tanto
Que o pouco já não me basta
E que bom que tem sido assim
...
Acalmo o passo mais uma vez
Suspiro e relato:
“Apenas o necessário, por favor.”
O que for verdadeiro, enfim.