terça-feira, 14 de março de 2017

Fim

Tenho uma queda por finais
Algo sempre me atrai
Quando vejo a chegada do fim.
Há tanta beleza em despedidas
Tantas palavras não ditas
Engolidas a seco
Ou molhadas em dor.
Quisera tanto amor não ser descoberto
No desafeto que é deixar partir.
Todavia, há quem ame
No gesto desarrazoado de não insistir.
Sábio é quem sabe reconhecer
Quando algo é pra ser
Quando é de ficar,
quando é preciso ir.
A gente vira caos,
Se perde, se acha,
Descobre a beleza que tem
Floresce em si.
Na virada das estações
Renascido em luz
Volta-se a andar de onde parou.
Há tanto bem em um adeus
Que só a Deus cabe dizer
os motivos de tantos desatinos
Tantos (des/re)encontros
Que entrelinhas e três pontos
Só se entende (mesmo), no final.