Procuro avançar.
Freio.
Perdida em devaneios
Me faço confusão.
Das dores que carrego comigo,
a maior foi o partir do (meu) coração
que, depois de estilhaçado,
foi colado
pedaço por pedaço,
permanecendo frágil
difícil de manusear.
Por isso receio,
habito em meio ao medo...
Sofro de dor superveniente
angústia inexistente
de tornar a chorar.
Sufoco palavras
Doso atitudes
que no íntimo
não querem
(ou deveriam) ser dosadas.
Apesar do medo
há em mim o desejo
grito calado no peito
"quero tornar a amar!"
Arrisco avançar.
Anseio segurança
que não existe no amor.
Me faço prece:
"coragem e fé."
Persisto em acreditar.
Sem querer,
encontrei outros olhos
similares aos meus.
Engulo súplica de cuidado
ele estendeu a mão,
então juntos, lado a lado,
aprendo de novo a caminhar.
Me perco de novo em devaneios
"é preciso vencer o medo."
Sigo rumo a incerteza
Fomos criados para amar.