quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

[subentendido]

Devolvo em riso
todo mal que me é desejado
permaneço no jardim do amor
no bem-me-quer eterno
de um olhar apaixonado.
Exalo perfume doce
a quem só de chuva é regado.
Permaneço sol.
A sós.
Ainda que perdure a tempestade.
Faço-me rosa.
De tonalidade única
que colore de azul
a paz que habita em mim.
Não me encubra com ervas.
Sufocando meus versos
Descrevendo-me em dor.

Não.
Não me regue mais 
com as (tuas) águas impuras
de um sofrido antigo amor. 
Que sofreu por não ser cultivado.
Ao invés, foi esmagado.
Destruído pelo seu próprio temor.
Encanta-me o renascer
a beleza do (meu) desabrochar
sob o sol que me faz cócegas,
e me (trans)planta para um melhor lugar.
Sou bem-me-quer de mim mesma
Floresço essência verdadeira
nesse meu vasto jardim
aonde mal não se cria.
Então silencio...
Deixo subentendido...


[Só sei brotar de amor.]

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

[...]

Versifico em silêncio
o que sinto
reflito.

Dou-te palavras
ricas em verbos
cheias de confusão.

Traduzo no olhar
sentimento impreciso
Faço abrigo.

De ti.
Em mim
Sem qualquer motivo
Fico.

Nessa dança
descompassada
Surge um novo 
Nós.

Atado ou não
É vivido.
Sentido.
Por apenas gostar

Termino em reticências
Relato o desejo
de continuar

Prossigo.
Sem pressa
Melhor não pensar

Escolho viver.




quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Metrificada

Nas entrelinhas dos meus versos
há pedaços meus perdidos
resumidos em poucas palavras
ou na pontuação.
Tradução de alguns sentimentos
mistura de pensamentos
que perpassam pela mente
sem fazer qualquer sentido
mas, quando lidos
refletem o mais intimo do âmago,
o recôndito singelo do coração.
Revelo-me nua
no rimar de cada verso
deleito-me no que sou
na metamorfose constante
de quem se arrisca 
no desejo mais nobre de ser
tudo que se é no lado de dentro
sem medo de qualquer julgamento
a quem desejar conhecer.
Permaneço essência de mim mesma
versificada no silêncio
de um bom compositor.
Apreciada ou incompreendida,
amada ou sentida
como o perfume da rosa.
que jamais será rosa
Será para sempre: 
Azul.

sábado, 17 de janeiro de 2015

Desde criança

Reflete no meu olhar
a bondade que insisto em ver
no mundo que continua a se desfazer
destruindo a fé de tantos
e a esperança de um dia melhor.
Talvez seja a minha pouca idade
ou excesso de fé
mas permaneço assim:
Acreditando que o melhor está por vir.
Eu prefiro desse jeito:
dar o voto de confiança e me decepcionar
do que viver na incerteza 
e na espera de boas surpresas.
Eu gosto do que é bom
de gente de bem,
de jeito solto, meio torto
mas que tenta sempre crescer
aprender e recomeçar.
Sou assim:
Prefiro manter a humildade
Eu gosto da verdade
do sabor da sincera amizade
(e mesmo perdendo)
permaneço acreditando no amor
como aprendi, como conheci.
Então não me peça que mude
que não creia, ou não lute
pois desde criança descobri
que o bem sempre vence no final.