segunda-feira, 3 de setembro de 2012

31.08.2012


"Conheci a ti no fim da vida,
bem depois dos teus maravilhosos anos dourados,
coração bom, lucidez exata
de quem ainda almejava ter muito a viver.

Dizem que não é preciso muito tempo pra cativar
por certo para mim foram menos que 40 dias
rotina 'esquizofrênica' aquela vivida
no seio da antiga (nova) família que pude conviver.

Contaste-me tão bem quase um século de histórias,
memórias da vida boêmia e fiel também de um lar.
Marido exemplar, pai, tio querido e amigo,
somos gratos a Deus, por da tua presença podermos desfrutar.

O tempo para muitos tende a ser tão cruel,
gracioso, todavia, havia de ser contigo,
Teus movimentos apesar de lentos traduziam
que estavas bem, como já o era esperado ser.

Não era preciso sentires tanto medo de partir cedo,
Deus foi bom contigo, deixou-te acompanhar
ao lado da esposa, o crescimento dos filhos,
até mesmo da tua neta, pudestes ver o primeiro olhar.

A eternidade, entretanto, não é para essa vida,
sem dor, sem demora, resolvestes  nos deixar,
Ah, meu bem, descobri com isso que a pior saudade que existe,
é aquela que não mais se pode matar

Mas ficaremos bem, não se preocupe, 
as memórias construídas é que alimentam o coração,
trazem paz, e a certeza de que um dia,
os laços quebrados por hora, no seu tempo, perfazer-se-ão..."